Sem Papas Na Língua

domingo, 31 de maio de 2015

Sobre não criar raízes


Eu descobri que aquele vestido que você dizia que era feio, me caia bem. Percebi que aquela música era realmente muito boa. Me dei conta que eu não lhe amo mais, mas te respeito. Esses dias eu refleti que o meu emprego não me levava a lugar nenhum, e eu quero poder ter tempo pra me relacionar com as pessoas, de poder estudar mais.

Percebi que eu tenho o meu valor e a nossa relação já não me faz feliz. Quero morar em outro país. Fazer outra faculdade. Medicina não me agrada mais, quero estudar teatro. Eu me vejo sufocada ao não fazer o que realmente quero e por quê?

Por que ficar? Por que não ir?


Sempre quando eu ouço alguém dizer "mas temos anos de casados né, não tem como jogar tudo pro alto." "Há mas se eu largar esse emprego talvez eu não consiga outro.", "Mas a família dele gosta muito de mim, não tenho coragem de dizer que não o ama mais." "Ah, mas se eu largar ela/ele, não terei mais o que tenho."... Se acomodar é algo que traz uma tranquilidade, uma certa "estabilidade" a pessoa. Ao mesmo tempo que a vida dessa pessoa vira uma mesmice, não anda pra frente, tudo pra ela está bom. A mudança ou a possibilidade de arriscar pode ser algo perigoso demais pra ela. Para mim, se acomodar é algo muito perigoso.

Mas por que não ousar? Se desprender dos questionamentos do e "se" e do mas "se", é trabalhoso de mais pra alguns. Mas pense bem: se você não tentar, não vai saber.

O que significam anos de um casamento, se um dos pares não está feliz? O que adianta você não mudar de direção e arriscar renunciar de algo para alcançar outro? Por que não terminar um noivado, ao invés de viver pra sempre com um alguém que não te ama mais, ou vice verso, porque já assumiu um compromisso? Eles podem ser quebrados. 

Só se vive uma vez! O que é mais importante que a sua própria felicidade? Antes de desejar que alguém seja feliz, você tem de se sentir feliz. 

Criamos pra nós mesmos raízes. Deveriámos nos permitir mais. E o e "se" deveria ser para o lado possitivo. Criar raízes pode nos limitar de novas possibilidades, inclusive de viver a experiências gratificantes. Tem gente que nem sabe o que é ser feliz de forma leve e descomprometida com o "que vão pensar de mim?"... E sabe que quando você não pensa no que os outros vão dizer, você fica mais leve...

Quando vi essa imagem da noiva correndo nessa ponte eu pensei:

Ela está feliz por ter tomado a decisão de ter desistido de casar, mesmo que em cima da hora? Por quê não desistir? Desistir também é investir. Por quê já tinha marcado data em tudo? Por quê já havia comprado o bolo e o vestido? Pago o fotografo e a viagem? O que será que vão pensar? Faça o que o seu coração diz. A razão na minha opinião, pode confundir. Às vezes o equilíbrio é mais valido.

Desencana!

Criar raíz pode te impedir de viver o que deseja viver. Pense bem! Correlacione o que te tras paz o que não te agrada mais. Siga o que a sua consciência não lhe ferirá. Não deu certo? Tente novos percursos.

Siga em frente! Sem medo de ser feliz. 


Por Daniella Lins

domingo, 3 de maio de 2015

Cadê o amor que estava aqui? Não se apega a carência não.



Quando você está carente, você exige muito a atenção e carinho de alguém e se esse alguém não corresponde as suas expectativas, você fica mal. Assim, você vai vivendo a mercê do outro. Por quê? Por quê sempre o outro que é o errado e não você? As vezes o outro nem sabe que é o responsável por tanto conflito ai dentro de você. Até quando você vai esperar pela iniciativa de alguém? Seja você o agente. Ame-se! Cultive o seu jardim, já dizia Shakespeare.

Ser apegado a certas coisas é muito complicado, a gente pouco se imagina sem ela. E aí acaba por acumular ou não dar espaço para que outra coisa tome o lugar. As vezes é necessário que a mudança ocorra. O livro "Não se Apega Não" da Isabela Freitas se tornou um clássico nesse assunto de desapego e ajudou muita gente a refletir sobre deixa ir. Tudo que nos deixa dependente, nos faz mal. Independente do que seja.

Coloque na balança e pese... Isso realmente tem o grau de importância que eu estou dando? Alguns pontos finais são essenciais. Não se lamente por toda a vida. Não dá, não dá. Ai você vai dizer: "Hum até parece que é fácil não se importar." É sim, basta você querer.

Você já parou pra pensar que de repente o problema é você? A gente que transforma os caras no problema quando na verdade nós mesmas que deveríamos corrigir alguns deslizes. Quando eles dão os primeiros sinais de "canalhice" ou de que não tem os mesmo ideais com a gente (e nem precisa ter, mas digo, quando faz algo que foge do que acreditamos), quem deveria dar "good bye" é a gente. 

Mas sabe o que fazemos? Damos mais uma chance, e outra e outra... Quando você vê, não está feliz. Tudo isso porque a gente quer preencher a falta de algo que não sabemos geralmente, com um outro alguém, ao invés de curar a ferida. Isso podemos chamar de carência, e acabamos nos apegando a qualquer coisa. 

E o outro por qualquer coisa que faça nos atinge negativamente. Porque estamos doentes, como uma imunidade baixa, que tudo faz ficar doente, chateado. Ai é muito mais fácil chamar o outro de babaca, do que assumir que nós mesmas somos as responsáveis pela intensidade da lamentação. Você acha mesmo que se ele/ ela quisesse te ver, já não teria marcado algo? Tome a iniciativa, mas se a pessoa não corresponder... desapega!

Ai tem aquela coisa dos sinais que a gente insiste em considerar como um motivo de carinho por nós. Tudo ilusão. Pensa só. Não se apegue a tão pouco. Mas também não generalize as pessoas. Saiba quem você é, saiba o que você quer, que a chance de se decepcionar será pequena, pelo menos você estará no caminho para a tentativa. Se culpe menos. Não somos responsáveis pela frieza e mentira que as pessoas nos contam, mas somos responsáveis por delimitar até onde elas vão.

Mas como não se decepcionar? Não existe isso. O ser humano sempre decepcionará alguém e sempre será decepcionado. Somos humanos e não santos. Não somos marionetes, (há quem se deixa ser), não dá pra corresponder as expectativas de todas as pessoas, você não consegue corresponder nem mesmo as suas. Vai cuidando do que te incomoda, só assim você poderá acomodar um outro alguém dentro de você. E isso não se dá de um dia para o outro, é processo. Permita-se ao novo. Tente. Você precisa de alguém que finja gostar de você? Você que sabe o que merece.

Faça a mudança, queira a mudança. Ocupe a mente com coisas que lhe dão prazer e não com o "se", se eu tivesse feito, se eu tivesse ido, se ele me ligasse. PARA!





Por Daniella Lins