Sem Papas Na Língua

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Nas despedidas, aprendi a dizer "Até logo!"



Se despedir não é fácil. Nunca foi e nunca vai ser. Pelo menos para mim não, eu nunca soube lidar. Eu que sempre fui pela vida forçada a me despedir, tive que compreender que não estará mais próximo a mim aquela pessoa de quem eu tanto me cativei.

Eu tentei gravar com meus dedos cada curva e sinais que o corpo dele tinha, para de alguma forma arquivá-lo dentro de mim, mas só isso não foi o bastante. Enquanto ele dormia bonito, eu o admirava como criança quando avista o seu super héroi. Como é engraçado o meu benzinho, sabe?! Como foi ruim dizer "tchau!"

Posso recordar o primeiro dia em que o vi, posso recordar cada sorriso timido que ele dava ao rir de alguma bobagem que me dizia. Que sorriso lindo, que olhos lindos. Tenho certeza absoluta, que mesmo que eu perdesse a memória, eu me apaixonaria por eles mil e uma vez.

Não é fácil conhecer um alguém, conviver com esse alguém, criar emoções e momentos e como um corte umbilical, ter que se ver despedindo dessa pessoa. Eu tive vontade de permanecer ali o abraçando por toda minha vida. Mas a vida, essa moleca, sempre nos prepara situações como essa, em que o nó na garganta trava as palavras, parece que as lágrimas vão nos afogar e a vista já embaçada, a vista por reflexo a pessoa indo embora.

Eu quis gritar com todas as minhas forças "FICA", mas me calei por compreender as circunstâncias que a vida tem.

Quiserá eu ter o poder de controlar as coisas, mas graças a Deus é Ele o dono de todas as coisas, Ele bem sabe o que cada qual deve passar, vivenciar, enfrentar. Você pode esperar... Vai ter sempre um momento da sua vida que você vai desejar se desligar de tudo. Vai haver um momento que seu coração vai vibrar de tanta alegria.

Ninguém passa por nossas vidas por acaso, cabe nós mesmos compreendermos ou não essa chegada, essa partida. Deus sabe o que cada um precisa quando cruza as vidas.

E por não termos o controle, é que com o passar do tempo as coisas vão se acalmando, os dias, os anos, os acontecimentos vai dando novos rumos a vidas que um dia se cruzaram. A vida continua. As vidas são distintas. Ele de um lado e eu do outro.

E sabe por quê a gente sente tanta saudade de um alguém? Porque essa pessoa conseguiu tocar o mais intimo do nosso ser, do nosso sentimento. Ela nos torna especial diante de seus olhos, nos trata como ninguém jamais tratou. Há um encantamento.

A pessoa passa e deixa um pouco de si, mas também leva um pouco de nós. O que fazer com o que ficou? Só o tempo irá dizer. Como Saint Exupéry disse no livro do Pequeno Príncipe, "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." E é verdade! Não tem como apagar o que aconteceu, só mesmo armazenar, se assim ambos não conseguiram concilhar uma reciprocidade. 

Não importa o tempo que a pessoa permaneceu junto, mas sim a intensidade. Não há regras quando se trata de sentimentos.

Desapegar faz parte do entender de que ninguém é dono de ninguém, que cada um tem de seguir seu caminho, juntos ou não. Foi o destino quem decidiu que nesse momento a vida segue. As barreiras foram mais fortes. A despedida falou mais alto. Mas faz parte da vida os "olá" e os "até logo!" 

Uma certa vez conversando com Deus eu somente pude agradecer por ter conhecido um alguém tão maravilhoso, um alguém que pode me afetar tanto positivamente. Que trouxe a primavera no inverno. Que me proporcionou momentos muito especias. Ele vai, e junto com ele um pedaço de mim. Sim, porque ele se fez parte da minha vida. Vá! Vai com Deus. Obrigada por tudo!

Até logo! Volte sempre!




Dedicado a Victor, com todo carinho.

Saudades.


Por Daniella Lins

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